Um projeto que fará Bento Gonçalves ser referência nacional no quesito preservação do meio ambiente e, de quebra, resolverá um problema que vem se agravando nos últimos 30 anos em todas as cidades do mundo: o lixo. A Usina de Resíduos Sólidos funcionará no mesmo local onde está situado oatual transbordo, no bairro Pomarosa, e deve se tornar um marco na história recente do município tanto pela inovação e pelo impacto positivo no meio ambiente quanto na gestão de recursos públicos – será o primeiro projeto desse tipo no país. O prefeito Guilherme Pasin reuniu a imprensa na última terça-feira, dia 31, para detalhar como funcionará a iniciativa, cuja licitação foi lançada nesta semana.
A obra não trará nenhum custo para os cofres públicos municipais, pelo contrário: proporcionará economia. Sem a necessidade de transportar as 110 toneladas de lixo orgânico e misturado que a cidade produz, em média, todos os dias ao aterro de Minas do Leão, quase R$ 2 milhões serão economizados ao ano, além de outros R$ 330 mil pagos pela destinação dos resíduos. A energia gerada a partir do processo termoquímico que eliminará 90% do volume do lixo é mais do que suficiente para atender a demanda pública: ou seja, toda energia elétrica consumida pelos prédios pertencentes à prefeitura, entre os quais escolas e postos de saúde, e pela iluminação pública.
PREOCUPAÇÕES INFUNDADAS
Uma preocupação que surgiu após as primeiras informações sobre o projeto, de que a usina geraria poluição e poderia afetar o entorno – no qual o Vale dos Vinhedos está situado – e uma das principais atividades econômicas locais, o turismo, é infundada, garante a prefeitura. “Não haverá impacto visual ou turístico. É uma planta enxuta, esteticamente agradável, que reduzirá 90% do volume do lixo orgânico através de um processo termoquímico chamado pirólise. Todo circuito é fechado, sem exposição dos resíduos nem geração de fumaça ou qualquer outra substância”, explica o prefeito Guilherme Pasin.
A licitação segue aberta até o dia 17 de setembro. Depois de passados os prazos fixados em lei, o tempo máximo para conclusão da obra é de um ano. A concessão administrativa, ou seja, cedência do terreno para que os empreendedores construam e administrem o local, é válida por 35 anos. Após esse período, o patrimônio será incorporado aos bens da prefeitura.
“Existem cinco patamares relacionados aos resíduos sólidos. O patamar 1 equivale a lixões ou aterros e é o que o Brasil pratica hoje. O patamar 5 é uma técnica chamada pirólise de plasma, que já vem sendo aplicada na Alemanha mas que exige um investimento financeiro inviável. O projeto que estamos implantando em Bento está no patamar 4. É espetacular, vai trazer uma série de benefícios para a cidade e fará com que ela seja uma referência nacional no que diz respeito à preservação do meio ambiente”, esclarece Pasin.
TRÊS DÉCADAS DE PROBLEMAS
Durante a apresentação do projeto, o vice-prefeito Aido Bertuol, que já foi prefeito de Bento na décadas de 1980 e 1990, lembrou dos problemas que a produção de lixo trouxe para a cidade nos últimos 30 anos, entre os quais a interdição de pelo menos três aterros e o impacto ambiental que a prática provocou, até hoje não minimizado.
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